sábado, 11 de outubro de 2008

“Burricadas” reeditam Cacilhas do séc. XIX

A 4ª edição da “Tasquinhas e Burricadas” saiu à rua e rompeu a monotonia quotidiana de Cacilhas. Houve diversão para todos os gostos e idades, onde a tradicional corrida de burro foi a principal atracção.

Por: Bruno Rodrigues Martins




A iniciativa, a cargo dos Escuteiros de Cacilhas, teve como objectivo recordar as tradições locais do final do século XIX, e promover os grupos culturais de Almada. «O objectivo essencial passa por oferecer à comunidade uma festa de intuito cultural e a nossa angariação de fundos», disse Rui Ferraz, escuteiro e membro principal da organização, sublinhando a importância activa das colectividades locais envolvidas. Houve muita música e animação, mas a atracção principal ficou guardada para meio da tarde. A corrida de burros fez-se, embora com alguma “teimosia” na parte final, devido ao cansaço dos animais. Apesar disso, as provas tiverem sempre sob olhar atento dos responsáveis. «Há países em que não é permitido aos adultos montarem os burros. Penso que não é muito correcto, contudo temos de ter atenção a capacidade de carga dos animais. As pessoas têm de ser distribuídas pelos burros, conforme o seu peso», explica o biólogo Vítor Ferreira, membro da Associação dos Amigos do Burro e responsável pelos animais em prova. Com o afastamento do panorama agrícola, Vítor Ferreira diz que o futuro da espécie pode estar no turismo. «A melhor forma de auxiliar os burros é torná-los visíveis, motivando os criadores. Só as actividades turísticas e culturais é que podem oferecer algo de bom e levar as pessoas a não esquecer o papel dos burros na nossa memória», acrescentou. As indumentárias, cantares e jogos tradicionais pintaram as ruas da localidade em tom de festa, recordando Cacilhas de outros tempos. O movimento citadino foi trocado pelas bancas de artigos tradicionais, com doçarias e artesanato regional. Na “voltinha de burro” as crianças foram as principais contempladas, que por apenas um euro e meio causaram muita inveja a pais e curiosos.

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