sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dave Holland abre Seixal Jazz'2008

O carisma inconfundível de Dave Holland foi responsável pela abertura do cartaz principal do Seixal Jazz'2008. No palco, o músico espalhou magia e provou o porquê de ser considerado pela crítica, um dos mais influentes e criativos contrabaixistas de Jazz da actualidade.

O britânico Dave Holland abriu na passada Quarta-feira o Festival Internacional de Jazz do Seixal. Acompanhado de Chris Potter (saxofone tenor e soprano), Robin Eubanks (trombone), Steve Nelson (vibrafone) e Nate Smith (bateria), o contrabaixista britânico presenteou a assistência com dois belíssimos espectáculos, em nada semelhantes dada o virtuosismo do músico e dos restantes elementos que o acompanham. Nascido em 1946 em Wolverhampton (Inglaterra), Dave Holland é hoje um reconhecido músico e compositor internacional, cotado como um dos mais influentes e cativantes contrabaixistas de jazz da actualidade. Prova disso mesmo, é a sua magnífica e sorridente presença em palco, sempre muito constante e dinâmica. O trajecto musical do britânico fala por si, quanto mais não seja pelo facto de ter tido o privilégio de tocar com nomes sonantes do jazz, como Miles Davis, entre 1968 e 1970; Chick Corea em 1970 e Anthony Braxton entre 1970 e 1976. Na mesma noite, mas nos Antigos Refeitórios da Mundet, actuou o quarteto "The Electrics". Ontem, Quinta-feira, foi a vez de Cindy Blackman subir a palco. E são poucos os adjectivos possíveis para classificar a sua actuação que, sublinhe-se, foi de encher o olho e pedir por mais. Hoje, Sexta-feira, sobem a palco "The Leaders", ficando o fecho do festival, amanhã, a cargo de Guy Barker e da sua orquestra de Jazz. Todos os espectáculos terão duas sessões, marcadas para as 21h30 e 23h30, respectivamente, no auditório do Fórum Cultural do Seixal. B.R.M.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Alguns momentos... do 5º Concurso de Música Moderna de Almada

(The Hypers)

(B.D.C.)

(Maximus)

(The Boundary)

(Ossos do Ofício)

(Lost Link)

(LA Stress)

(Rapadura)

(Al-Madan)

(Ossos do Ofício)

(Ossos do Ofício)

(Al-Madan)

domingo, 26 de outubro de 2008

La Dupla vence Concurso de Música Moderna de Almada

A terceira noite do Concurso trouxe música de muita qualidade ao palco da «Casa Amarela». A disputa foi renhida até final, muito por culpa da entrega das bandas concorrentes. No fim, os «La Dupla» conquistaram o primeiro lugar, dividindo os prémios com «Sette» e «The Hypers», respectivamente.


A quinta edição do Concurso de Música Moderna de Almada chegou ao fim. Depois de três dias bastante animados e com boa música à mistura, fica o registo de mais uma edição de sucesso promovida pela Câmara Municipal de Almada. No terceiro acto do concurso, subiram a palco «B.D.C», «The Boundary», «Maximus» e «La Dupla». Em contraste claro com o primeiro acto da competição, este último trouxe ao palco mais qualidade musical. E porque tem de haver sempre um vencedor, neste não houve excepção à regra. No final, apesar de não ter “existido consenso absoluto” no que à entrega de prémios diz respeito, os «La Dupla» foram os grandes vencedores.


A banda de Rap/Hip-Hop, última a actuar no palco da «Casa Amarela», trouxe muita diversidade musical ao palco, sem nunca perder de vista a sua imagem e estilo artístico. Com Espanhol (Voz), Nessa (Voz) e Dj X-Acto (Pratos), os «La Dupla» fizeram jus ao nome e ao seu trabalho desenvolvido, aliando à sua performance diversas componentes musicais, como a inclusão de vozes secundárias, suporte de guitarra clássica e contrabaixo. Pontos que marcam pela diferença e inovação, e que marcaram certamente na apreciação do júri. Em segundo lugar do concurso, ficou «Sette», tendo o terceiro ficado nas mãos dos almadenses «The Hypers», que assim conquistaram o seu primeiro prémio neste tipo de iniciativas. Neste último dia, especial destaque também para as actuações de «The Boundary» e de «Maximus», em especial pela entrega que tiveram em cima de palco e empatia com o público presente. A quinta edição do Consurso de Música Moderna de Almada terminou em grande estilo, escrevendo na sua história mais uma página de sucesso. B.R.M.

Noite de peso “destronada” pelo Hip-Hop

A noite de Sábado teve como tónica inicial as sonoridades do Rock e do Thrash Metal. Apesar do valor técnico demonstrado em palco, a noite foi uma vez mais dominada pelo Hip-Hop.


A segunda parte do 5º Concurso de Música Moderna de Almada prosseguiu ontem com bastante afluência de público, que foi enchendo o espaço da “Casa Amarela”, à medida que a música rompia o silêncio no recinto. Bastante confiantes e desinibidos, os «The Hypers» abriram a noite. Com Gonçalo Larsen (Guitarra/Voz), Filipe Paixão (Baixo/Voz) e Pedro Veiga (Bateria), a banda almadense (com algumas influências lisboetas), provou que quer estar na corrida aos lugares cimeiros da competição. Em noite de "peso" os «Lost Link» também marcaram presença. Pedro Patrão (Guitarra solo), André Barbosa (Guitarra ritmo), André Beselga (Voz), Ricardo Pires (Bateria) e Rui Almeida (Baixo) puxaram pelas cordas e brindaram os muitos fãs presentes que, colados ao palco, vibraram com algum “head banging” à mistura. Após o “reinado” das sonoridades pesadas no “palco dos sonhos”, o resto da noite foi dominada por completo pelo Hip-Hop, que provou uma vez mais a sua força de influência em Almada. Com Nicolau Gomes (Voz), João Gonçalves (Voz) e Lúcio Lemos (Voz), os «LA Stress» abanaram a casa por completo. O recinto, sublinhe-se, esteve ao rubro, muito por culpa do público aficionado pelos movimentos do Hip-Hop. A terminar a noite, em pleno e com uma excelente actuação, «Sette» chegou, subiu ao palco e provou que está na corrida aos prémios. Depois de «Al-Madan», «Ossos do Ofício», «Rapadura» e «MC Anónimo» terem aberto a quinta edição do concurso com boas prestações, na Sexta-feira, resta esperar hoje pelas actuações finais de «B.D.C», «The Boundary», «Maximus» e «LA Dupla», para ficarmos a conhecer os vencedores do concurso, numa competição onde não existem derrotados. B.R.M.

sábado, 25 de outubro de 2008

E começa... o Concurso de Música Moderna de Almada

Foi com algum atraso que arrancou a 5ª edição do Concurso de Música Moderna. Apesar disso, o espaço da «Casa Amarela» esteve praticamente cheio e com muito bom ambiente, perspectivando mais um sucesso da iniciativa.

No «palco dos sonhos», os Al-Madan abriram o concurso com uma excelente prestação. Com Daniel Polho (voz), Serge Polho (voz), Bruno Mendes (voz), Carlos Gomes (voz) e Nuno Dias (Pratos), a banda de Hip-Hop de Almada deixou uma boa imagem em palco no que toca à sua sonoridade, dando razões suficientes para que a competição seja renhida até ao fim. Numa outra afinação, bem mais electrizante, esteve «Ossos do Ofício». Vasco Duarte (Voz/Guitarra) esteve incansável e muito seguro na voz, assim como os restantes membros do grupo. No panorama do rock, não são muitas as bandas inscritas nesta final, na qual o Hip-Hop e o Rap dominam as hostes por completo. A terminar a noite de Sexta-feira (ontem), os «Rapadura» também deixaram a sua marca. O sexteto almadense esteve particularmente bem, à sua imagem, abrindo alas aos projectos de Rap que ainda faltam ser apresentados até final. «MC Anónimo», com Anónimo (voz), Bishop (voz) e Said (pratos), fecharam a noite. Hoje, Sábado, pelas 21h30, sobem a palco «The Hypers», «Lost Link», «LA Stress» e «Sette». B.R.M.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

13 anos de Música Moderna em Almada: uma retrospectiva

Desde a "Mostra Zero", em 1995, até à actualidade - percursos e histórias das bandas almadenses, em exposição no Fórum Municipal Romeu Correia

Num momento em que decorre o 5º Concurso de Música Moderna de Almada, a biblioteca municipal teve a feliz ideia de exibir alguns materiais que documentam a história deste evento, desde as suas origens, em 1995 (com a "Mostra Zero"), até ao modelo actual.
Cartazes, recortes de imprensa, folhetos e maquetes das bandas, compõem esta exposição, patente até ao final do mês, na Sala Multimédia do Fórum Romeu Correia.

Horário: Terça a Sábado, 10h00 - 18h00
Encontram mais informação sobre as mostras de música moderna e sobre o trabalho das bandas de Almada durante os anos 90 aqui:

terça-feira, 21 de outubro de 2008

“Portugal na onda” das medalhas

O Campeonato Mundial de Surf, disputado na Costa da Caparica, sorriu à selecção portuguesa. O bodybord foi a modalidade em destaque, na qual os portugueses lograram quatro medalhas e somaram pontos suficientes para subir um posto na classificação por equipas, face a 2006. Na geral, a selecção lusa alcançou o sexto lugar, num conjunto de 29 selecções.

Por Bruno Rodrigues Martins

Quatro medalhas. Duas de prata, duas de bronze e um merecido sexto lugar na geral. Foi este o somatório da participação portuguesa no Campeonato Mundial de Surf’2008 (ISA WSG), disputado na Costa da Caparica. Durante oito dias de prova, 29 selecções de todo o mundo defrontaram-se pelos títulos mundiais de surf, bobyboard e longboard (masculinos e femininos), com os portugueses sempre a dar mostras de grande talento quer individual, quer colectivo. Na classificação geral, a Austrália revalidou o título de campeã, pela terceira vez consecutiva nas últimas seis edições. Portugal venceu duas medalhas de prata, uma por equipa no «Aloha Cup» e outra individual por intermédio de Manuel Centeno, às quais Hugo Pinheiro e Rita Pires juntaram mais duas de bronze. No final da competição, o seleccionador nacional, José Braga, era um homem relativamente satisfeito. «Fizemos um bom campeonato e, precisamente por isso, acho que os atletas mereciam mais. Mas no conjunto tenho de estar satisfeito com a prestação da equipa. Individualmente foram óptimos e funcionaram muito bem como equipa», partilhou José Braga, feliz pelos resultados obtidos, reconhecendo que poderiam ter sido melhores na fase final da prova. Na mesma sintonia, o bodyborder português Manuel Centeno, considera que o dever foi cumprido. «Foi uma disputa muito táctica e, com um mar pequeno como estava é sempre importante entrar logo bem. Queríamos dar a alegria do ouro a toda a gente que aqui nos veio a apoiar, mas não deu. Demos o nosso melhor e para o ano vamos lá (Costa Rica) buscar o título”, garantiu o atleta, que apesar de ter perdido o ouro conquistado na última edição (Califórnia), não perdeu o optimismo. Menos satisfeito, ficou o caparicano Hugo Pinheiro, que também deixou escapar a prata da última edição. “Gostaria de ir mais longe, mas a prata e o bronze é muito bom, é mais uma prova de que o bobyboard nacional está em grande”, afirmou Hugo Pinheiro, sublinhando o bom trabalho colectivo da selecção nacional, quer em termos de resultados, quer em termos de companheirismo. Rita Pires, a competir no bodyboard feminino, teve um início de prova promissor, da qual não conseguiu extrair uma melhor classificação. Apesar das contrariedades, a bodyborder portuguesa dá os parabéns à campeã porto-riquenha Natasha Sagardia, explicando o que correu mal na final. «Este último heat (prova) foi o que me correu pior em todo o campeonato. Não me consegui encontrar e nem consegui ter uma estratégia. Nesta altura qualquer uma das quatro (na final) podia vencer. E a vitória da Natasha (Sagardia) é a prova de que quem é persistente e acredita acaba por se dar bem», concluiu a pentacampeã europeia Rita Pires.

Arte urbana exposta ao vivo ... nos muros da Mundet, no Seixal






As cores e traços … do Seixal Graffiti’2008

Os traços e cores do Seixal’Graffiti 2008, ganharam vida nos muros da Mundet, no Seixal, no passado sábado.

Por Bruno Rodrigues Martins


Foram muitos os aficionados que se deslocaram ao local, para ver nascer de perto os projectos do Seixal’Graffiti 2008. A presente edição contou uma vez mais com diversos artistas do concelho, aos quais se juntaram nomes oriundos do estrangeiro. Segundo Miguel Ram, artista português convidado, o Graffiti há muito que deixou de ser considerado uma arte marginalizada e que a imagem deste, por vezes associada ao vandalismo, há muito que foi ultrapassada. «O graffiti começou por ser um hobbie e já há 14 anos que pinto. Hoje em dia há outras questões que se levantam, a nível social e a nível da arquitectura de onde esta arte se enquadra. Para mim, vandalismo é o excesso de publicidade que sou obrigado a consumir diariamente nas ruas», afirma Miguel Ram, em defesa deste movimento artístico com mais de 30 anos de registo. Recém-chegado de São Paulo (Brasil), Onesto, de 36 anos, veio a Portugal no intuito de promover o seu trabalho numa exposição no Bairro Alto quando, inesperadamente, também fora convidado a participar no evento. Onesto aplaudiu a iniciativa. «Muito bom ver como as pessoas pintam em Portugal e, essencialmente, fazer contacto», confessou visivelmente satisfeito pelo convite.

Gosto pela arte

Observada como uma das artes urbanas mais marcantes do século XX, o Graffiti evoluiu, embora com diferentes expressões. Onesto, praticante há mais de 17 anos, revela que o gosto pelo desenho e interesse em cultivar conhecimentos, estão na base da sua actividade. «Foi a assistir a um evento destes que comecei a ganhar gosto por pintar graffitis», disse o artista “canarinho”, explicando um pouco das diferenças entre o estilo brasileiro e europeu, no que a graffitis diz respeito. «Aqui (em Portugal) ainda se cultiva muito as letras, um estilo europeu, e no Brasil aposta-se muito mais em personagens», concluiu. O Seixal’Graffiti, iniciativa promovida pela Câmara Municipal do Seixal, em conjunto com a “Associação Spread” e “Seixal Surfing Clube”, “funciona desde 2001 como evento sem fins competitivos, cujo objectivo passa pela promoção do Graffiti como arte urbana”. A iniciativa, que só terminou no passado domingo, está agora patente nos muros exteriores da Mundet, aos olhos de quem quiser vislumbrar as cores e traços do Seixal’Graffiti de 2008.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mundo da Luta Olímpica entrevista Pedro Silva

O Blog "Mundo da Luta Olímpica" conjuntamente com a Revista Desportiva "O Praticante", irá a partir deste momento fazer entrevista aos vários Recursos Humanos das Lutas Nacionais.O nosso primeiro entrevistado é o Director Técnico Nacional da FPLA, Pedro Silva, onde respondeu às perguntas de forma directa e sincera. Boa leitura!!!

Entrevista de João Vitor Costa



Como iniciou a modalidade? O que o levou a optar pela modalidade?
O meu começo na Luta é pouco comum. Nunca tinha visto Luta ao vivo, não conhecia pessoalmente ninguém que praticasse a modalidade e não havia nenhum clube com Luta perto da zona onde morava. Para além disso, praticava desde os 5 anos uma outra modalidade num clube que ficava a menos de 100 metros da minha casa. Ainda assim, e com todo o apoio dos meus pais, tive a possibilidade de concretizar o meu desejo de começar a praticar uma modalidade que me cativava bastante através das poucas transmissões televisivas que conseguia ver, mas também pela dimensão histórica que tinha e pela sua profunda relação com os Jogos Olímpicos e com os ideais olímpicos. E aqui eventualmente os Jogos Olímpicos de Los Angeles terão desempenhado um papel decisivo no timing desta escolha.

Onde iniciou a modalidade?
Iniciei a prática da Luta no Sporting Clube de Portugal, clube onde aliás tive a felicidade de fazer toda a minha carreira como atleta.
Há algum treinador que o tenha marcado particularmente?
Durante toda a minha carreira tive apenas dois Mestres, Luís Grilo no Sporting e Atanas Ivanov na Selecção Nacional. Isto não obstante ter sido pontualmente treinado por outras pessoas em circunstâncias esporádicas. Das duas pessoas que referi, o Mestre Luís Grilo teve, pelo seu exemplo e ensinamentos, um papel determinante não só na minha evolução como lutador, mas principalmente no amor que sinto pela modalidade.

Que títulos obteve?
Como atleta fui Campeão Nacional individual 7 vezes, fui internacional umas largas dezenas de vezes, Campeonatos da Europa e do Mundo incluídos, e serei dos poucos portugueses com vitórias em combate em Campeonatos do Mundo de Seniores, mas guardo como principal marco da minha carreira o nunca ter tido qualquer punição disciplinar enquanto atleta, treinador, árbitro ou dirigente.

Que cargos desempenhou na Luta?
Tive a honra, o prazer, o privilégio e a responsabilidade de desempenhar os mais variados cargos na modalidade. Como referi anteriormente, comecei como atleta no Sporting e desde aí fui árbitro, treinador, Presidente da Direcção e da Assembleia Geral de uma associação distrital e neste momento exerço as funções de Director Técnico Nacional.

É licenciado em Educação Física e Desporto e mestre em Psicologia do Desporto. Que objectivo teve na sua carreira académica e o que pretende retirar dela?
Os meus objectivos académicos foram e são de formação pessoal. São resultado da necessidade de possuir as ferramentas necessárias a poder desempenhar, no máximo das minhas apacidades, a profissão que escolhi e abracei.

Os seus estudos trouxeram algo de novo à modalidade?
A formação dos recursos humanos ligados a qualquer entidade, seja ela uma federação, um clube ou uma empresa, reflecte-se necessariamente na sua capacidade de intervenção. Nesta medida estou convicto que a minha formação académica, mas também a minha experiência desportiva e profissional foram e são postas ao serviço da FPLA e da modalidade, trazendo alguma inovação positiva e também uma clara consistência nas políticas de desenvolvimento desportivo.
Que futuro prevê para a Luta?
Não querendo fazer futurologia, tenho a certeza que o futuro da modalidade será o que os seus agentes quiserem. Dito isto sinto-me muito confiante no futuro da Luta. Penso convictamente que a família da Luta conseguirá continuar a promover o crescimento e desenvolvimento da modalidade, não obstante as circunstâncias económicas e sociais em que vivemos atravessarem esta ou aquela crise.
Que atletas descreve como sendo os melhores?
Portugal tem atletas, masculinos e femininos, que regularmente têm estado entre os dez melhores da Europa do seu escalão e categoria. Assim, dos atletas de Portugal que estão em actividade, o currículo do Hugo Passos é objectivamente o que mais sobressai.
Como estão as nossas Selecções Nacionais?
Estamos a iniciar um novo ciclo olímpico e as Selecções Nacionais passam consequentemente por um processo de ajustes a um novo ciclo de trabalho e a um novo ciclo de objectivos. Estamos neste momento a tentar alargar a base de atletas que integram os treinos da concentração permanente, quer masculinos quer femininos, tanto em Lisboa, como em Setúbal, de forma a podermos elevar o nível e a qualidade do trabalho desenvolvido. Integrámos também 2
atletas de fora da área da Grande Lisboa no Centro de Alto Rendimento, o Dário Rafael do Delgadense e o Joel Machado de Tibães, para tentarmos potenciar os valores que surgem for dos dois distritos que têm concentração permanente. Estamos já com os olhos postos em Londres, em 2016 e em 2020, não é por acaso que a Luta é das modalidades com um número mais elevado de praticantes integrados no projecto Esperanças Olímpicas do Comité Olímpico de Portugal.
Os atletas das Selecções aspiram chegar ao topo?
Só assim faz sentido integrar uma Selecção Nacional. Só faz sentido abraçar um projecto de vida como este, se possuirmos uma grande vontade de atingirmos todo o nosso potencial.

Como um atleta de clube chega a Selecção Nacional, a um nível de alto rendimento?
O treinar no grupo das Selecções Nacionais em concentração permanente está ao alcance de qualquer atleta com vontade, disponibilidade e um nível de prática acima da média, agora para integrar o grupo com participação internacional regular é necessário demonstrar talento, vontade em superar-se, disponibilidade em submeter-se a um regime de preparação muito exigente, uma enorme capacidade de resiliência e a capacidade em competir ao seu melhor nível.
Algum dia, veremos um desses atletas a subir a um Podium Internacional?
Os atletas das Selecções Nacionais de Portugal subiram ao pódio de torneios FILA mais de 90 vezes desde que ocupo o cargo de DTN. Deve a "família da Luta" e a sociedade reconhecer o mérito, grande esforço e dedicação que esses atletas e treinadores tiveram e têm diariamente para honrar o País e a Luta nacional. No mesmo período Portugal disputou 4 combates para a atribuição da medalha de bronze em Campeonatos da Europa de Cadetes e Juniores em 2
estilos diferentes. Este facto merece um grande relevo, na medida em que em toda a história nterior da modalidade, que relembro tem mais de um século, em apenas uma ocasião um português tinha lutado para uma medalha (o Hugo Passos em 1999). Não obstante a Vânia Guerreiro (em 2 ocasiões), a Ana Pereira e o Tiago Silva terem ficado à beira da
medalha, é nossa convicção que a mesma poderá vir a acontecer a qualquer momento.
Como conseguimos um Campeão Europeu ou Mundial, ou mesmo um Campeão Olímpico?
Como se costuma dizer, as medalhas não se prometem, conquistam-se. Antes de responder a essa questão temos que ter a noção que Portugal em toda a sua história e contando com todas as modalidades teve "apenas" quatro Campeões Olímpicos. Temos ainda de ter a noção que Portugal é um país pequeno em número de habitantes, pequeno em taxa de participação desportiva e pequeno em recursos financeiros na área do desporto. Com isto em mente, só conseguiremos atingir esse nível de excelência fazendo um trabalho de laboratório de excelência e trabalhando qualitativamente muito acima dos nossos rivais de maior dimensão. Este trabalho é possível, extremamente difícil mas possível, mas está muito mais sujeito a imponderáveis do que países em que os recursos humanos, financeiros e estruturais sejam maiores. Ainda assim, é este um dos objectivos da FPLA, lutar pelos melhores resultados possíveis no panorama
internacional.
A Luta é um desporto pouco divulgado a nível nacional, porque é que isso acontece?
Em Portugal e na generalidade das sociedades ocidentais, o mediatismo das modalidades é poporcional à capacidade que têm de gerar receitas, sejam elas de publicidade, de merchandising, de venda de jornais, etc. e não do seu valor educativo, social ou desportivo. Neste sentido, mais do que tentarmos mudar o que não está ao nosso alcance mudarimporta potenciar aquilo que verdadeiramente temos capacidade de potenciar, seja através dos magazines do calendário nacional na televisão, seja através de publicações como "O Praticante", seja através da internet.

O que deve melhorar na Luta?
Não obstante a modalidade ter evoluído muito em termos qualitativos nos últimos anos, há sempre espaço para continuar a melhorar. Penso que as áreas prioritárias para os próximos anos deverão ser, ou continuar a ser, o contínuo alargamento da base geográfica da modalidade, o aumento da capacidade de autonomização do funcionamento das estruturas da modalidade (associações e clubes), e a melhoria na capacidade de comunicação interna e externa.
Os Clubes que temos dão tudo pela modalidade?
Estou convencido que as secções da modalidade dos nossos clubes dão o melhor de si pela modalidade. Agora isto não invalida que o envolvimento do clube com a sua respectiva secção seja de diferentes níveis em diferentes clubes, até por consequência de dinâmicas sociais que tornam o trabalho associativo baseado no voluntariado e em práticas benévolas um fenómeno em crise nos nossos dias.
Quais são os melhores clubes actuais? E já agora os melhores treinadores?
É muito difícil responder objectivamente a essa questão. O que é o melhor clube? Que clube tem mais importância para o desenvolvimento da modalidade?O clube que é Campeão Nacional de Equipas ou o clube com mais títulos de Campeão Nacional Individual?O Clube com mais atletas ou o clube que não tendo tantos atletas funciona num concelho ou distrito de grande
importância estratégica para o alargamento da base geográfica da modalidade?O clube que funciona há décadas ininterruptamente ou o clube com poucos anos de Luta mas com um grande envolvimento com a autarquia ou outros parceiros e que consegue angariar muitos apoios para a modalidade?E o mesmo se passa com os treinadores.Na minha perspectiva todos têm a sua importância e o seu valor, e o factor "melhor" é muito relativo, não é um valor absoluto, claro e indiscutível e é claramente uma questão a que não se pode responder, assim sem mais.
Quantas provas compõem o Calendário Nacional? E são essas provas suficientes para a modalidade?
O calendário nacional é composto pelo calendário federativo e pelos calendários associativos. O calendário federativo é composto por 11 eventos. O potencial de melhoria que existe, recai na articulação entre os calendários distritais e o calendário federativo, que em alguns casos pode ser melhorado, na medida em que os calendários associativos em conjugação com o calendário federativo, deverão ser mais do que o somatório das actividades dos seus clubes, deverão ter uma coerência e uma consistência que lhes permita abranger e potenciar a actividade dos
seus clubes e praticantes por si só.
Que prova tem uma maior participação das equipas e atletas?
Os Campeonatos Nacionais (individuais e por equipas) são por excelência as competições principais, a nível nacional, para qualquer atleta ou clube. Ainda assim todas as competições integradas no Ranking Nacional são competições de participação elevada.
Qual é para si a melhor prova realizada pelos clubes?
Mais uma questão extremamente subjectiva. O que é que é melhor: um evento como o Torneio Internacional de Sesimbra, como era organizado pelo G. D. C. Conde 2, ou Lutagi organizado pelo Ginásio A. C.? Só para citar dois exemplos de dois eventos completamente diferentes, mas que têm um impacto extremamente positivo nos atletas. Estas coisas não se podem ver assim numa perspectiva unidimensional, é necessário fazer uma avaliação sustentada e a médio e longo prazo. Os torneios são positivos ou não, pelo valor absoluto que têm e não em função da comparação que é feita com outros torneios.
Que novos projectos para esta modalidade?
Os projectos, novos e velhos, passam por continuar a promover e a desenvolver a modalidade no limite das nossas capacidades. Penso que o maior desafio que a modalidade e a federação têm no imediato passam por conseguir integrar e promover os novos estilos não-olímpicos integrados na FILA e conseguir fazê-lo em benefício de todos os estilos, nomeadamente os olímpicos.
Partilhe connosco uma história desta modalidade que o tenha marcado.
Como podem calcular ao longo do tempo que faço parte da família da Luta vivi ou assisti a muitos momentos marcantes. Desde a sensação de ter o árbitro a levantar-me o braço em sinal de vitória num Campeonato do Mundo, passando pelo ver uma grande prestação dum lutador ou duma lutadora da selecção nacional num grande evento a partir do canto do tapete, até presenciar e viver por dentro a evolução dos quadros competitivos da modalidade a nível
nacional ou o processo de implementação e aplicação do sistema de graduações são com certeza momentos muito marcantes. Mas não posso deixar de descrever aqui aquele que me parece ser um excelente exemplo de que tudo é possível, que é o último combate do Kareline, a final da Luta Greco-Romana, da categoria de 130 kg, nos Jogos Olímpicos de Sidney. Na altura custou-me muito ver um ídolo cair no último combate da sua carreira, mas logo de
seguida percebi que a Luta teve no imediato uma exposição mundial, que não teria com o quarto título olímpico de Alexander Kareline, e que a longo prazo a mensagem de que até o maior lutador de todos os tempos não é imbatível, que até alguém que cresceu numa pequena localidade rural, com um enorme esforço e dedicação, como Rulon Gardner, pode vencer o "invencível". Esta é uma "moral" fantástica para a história da Luta.
Que última mensagem gostaria de deixar aos leitores desta entrevista?
Que as Lutas Amadoras, a Luta Olímpica, a Luta, como queiram chamar a esta belíssima modalidade, é uma actividade que é para todos, que promove um sem fim de valores éticos, que promove a auto-estima, a auto-confiança, o espírito de entreajuda, a tomada de decisão, o pensamento estratégico e a perseverança de quem a pratica e em termos físicos é extremamente completa solicitando todos os segmentos corporais de um modo completo e harmonioso e que se ainda não a experimentou, deve experimentar assim que tenha oportunidade, pois irá ertamente beneficiar com a experiência.

Obrigado Pedro Silva pelo tempo disponibilizado e por ter respondido a estas perguntas de um modo aberto e sincero.


sábado, 11 de outubro de 2008

“Burricadas” reeditam Cacilhas do séc. XIX

A 4ª edição da “Tasquinhas e Burricadas” saiu à rua e rompeu a monotonia quotidiana de Cacilhas. Houve diversão para todos os gostos e idades, onde a tradicional corrida de burro foi a principal atracção.

Por: Bruno Rodrigues Martins




A iniciativa, a cargo dos Escuteiros de Cacilhas, teve como objectivo recordar as tradições locais do final do século XIX, e promover os grupos culturais de Almada. «O objectivo essencial passa por oferecer à comunidade uma festa de intuito cultural e a nossa angariação de fundos», disse Rui Ferraz, escuteiro e membro principal da organização, sublinhando a importância activa das colectividades locais envolvidas. Houve muita música e animação, mas a atracção principal ficou guardada para meio da tarde. A corrida de burros fez-se, embora com alguma “teimosia” na parte final, devido ao cansaço dos animais. Apesar disso, as provas tiverem sempre sob olhar atento dos responsáveis. «Há países em que não é permitido aos adultos montarem os burros. Penso que não é muito correcto, contudo temos de ter atenção a capacidade de carga dos animais. As pessoas têm de ser distribuídas pelos burros, conforme o seu peso», explica o biólogo Vítor Ferreira, membro da Associação dos Amigos do Burro e responsável pelos animais em prova. Com o afastamento do panorama agrícola, Vítor Ferreira diz que o futuro da espécie pode estar no turismo. «A melhor forma de auxiliar os burros é torná-los visíveis, motivando os criadores. Só as actividades turísticas e culturais é que podem oferecer algo de bom e levar as pessoas a não esquecer o papel dos burros na nossa memória», acrescentou. As indumentárias, cantares e jogos tradicionais pintaram as ruas da localidade em tom de festa, recordando Cacilhas de outros tempos. O movimento citadino foi trocado pelas bancas de artigos tradicionais, com doçarias e artesanato regional. Na “voltinha de burro” as crianças foram as principais contempladas, que por apenas um euro e meio causaram muita inveja a pais e curiosos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

FÓRUM ROMEU CORREIA: Rui Herbon recebe Prémio Literário de Almada

O Auditório Fernando Lopes-Graça, no Fórum Municipal Romeu Correia, recebeu a entrega do Prémio Literário “Cidade de Almada’2008”, no passado dia 3 de Outubro.
O vencedor, Rui Herbon, já premiado em vários concursos literários, vence a presente edição com a obra intitulada “O romper das Ondas”. Concorreram este ano um total de 48 autores, oriundos de todo o país, avaliados e seleccionados por um júri composto pela escritora Lídia Jorge, em representação da Câmara Municipal, José Correia Tavares, em representação da Associação Portuguesa de Escritores e José do Carmo Francisco, em representação da Associação Portuguesa dos Críticos Literários. O Prémio Literário "Cidade de Almada" está em curso desde 1989, é já considerado uma referência nacional na área da literatura, onde os objectivos “passam por promover e estimular a criação literária na língua portuguesa”. O vencedor, Rui Herbon, arrecadou além do diploma um prémio de cinco mil euros. Após a cerimónia, o fadista António Zambujo subiu a palco e fechou a noite com um belíssimo espectáculo. B.R.M.

sábado, 4 de outubro de 2008

Fnac Almada: Skalibans promovem álbum de estreia

No mês dedicado à música, os Skalibans fazem-se à estrada na promoção do seu primeiro álbum de originais. No passado sábado foi a vez da Fnac Almada receber uma das revelações musicais da actualidade.

Por: Bruno Rodrigues Martins

Contagiante e descontraído. Foram estes os denominadores comuns que pautaram o concerto de apresentação do álbum de estreia dos Skalibans, «Is it voodoo?». Lançado no passado dia 15 de Setembro, este primeiro trabalho discográfico conta com treze temas originais, com destaque para o single “Marry Mary Me” e as contagiantes “Sunshine”; “Ties and Suits”; “Utopia”; e “It´s not Enough”. Sobre a promoção do álbum, Gonçalo Jorge, porta-voz da banda, conta que há bastante optimismo. «Está a correr bem, embora haja muito trabalho pela frente. Por agora resta esperar, até porque não sabemos como estão a decorrer as vendas», disse. O espaço Fnac esteve cheio e agitado, muito por culpa da banda que fez por merecer os aplausos. «Embora haja concertos complicados, as pessoas já começam a conhecer as músicas e isso é gratificante. Está a ser positivo, até melhor do que estávamos à espera», comenta Gonçalo Jorge, a propósito da aceitação generalizada por parte do público. Sobre o nome do álbum, o baterista e porta-voz da banda revela o segredo. «It’s Voodoo porque somos uma banda um bocado azarada. O nosso passado não tem sido muito positivo no que toca à entrada e saída de membros. Agora está tudo mais estável e tudo pronto para que o futuro corra bem». Futuro que, segundo Gonçalo Jorge, contempla a gravação de um segundo álbum e uma eventual digressão europeia, guardada ainda no segredo dos deuses. Para já, depois da Fnac de Alfragide e Almada, segue-se a de Cascais, já no próximo dia 10 de Outubro pelas 21h30, e as de Gaia Shopping, Norte Shopping, Porto e Braga, respectivamente. B.R.M.

Momentos "Skalibetanos" ... na Fnac Almada

Luís Pereira (Baixo)

Gonçalo Jorge (Bateria)

Luís Santos (Saxofone);Clara Pereira (Trompete) e Paulo Fragoso (Trombone)

Sérgio Gaspar (Voz)

Pedro Matos (Guitarra)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

FNAC ALMADA: Os primeiros acordes do Seixal Jazz’2008

Os primeiros acordes do Seixal Jazz’2008 soltaram-se na Fnac Almada, no passado domingo à tarde. Na apresentação da nona edição do evento, a Escola Moderna de Jazz do Seixal foi quem deu o tom de arranque.

Foi num ambiente descontraído que o Seixal Jazz’2008 soltou os primeiros acordes. Na apresentação oficial do evento, o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, sublinhou o valor do mesmo. “É um festival de grande qualidade, no qual vale a pena apostar. Um projecto importante e de referência nacional em relação ao Jazz, que queremos retomar com regularidade anual”, disse o autarca, recordando as dificuldades financeiras do passado, que impediram a realização anual do festival. Recorde-se que o Seixal Jazz não se realizou em 2002 e 2004, tendo feito, em 2005, o seu último registo. A terminar, a Escola Moderna de Jazz do Seixal subiu ao palco da Fnac Almada, abrindo caminho a um dos mais conceituados festivais de Jazz no panorama internacional. A música vai voltar aos palcos já no próximo dia 17 de Outubro, no espaço Seixal’Jazz Clube, nos antigos Refeitórios da Mundet. O cartaz principal do evento arranca no dia 29 de Outubro, no Auditório do Fórum Cultural do Seixal, e termina no dia 1 de Novembro. Nos palcos, destaque para o quinteto de Dave Holland, The Leaders e Guy Barker Jazz Orchestra. Além dos concertos, estão agendadas exposições, a Feira do Disco e do Jazz, Workshops e o Jazz Vai à Escola, um projecto pedagógico de divulgação musical junto dos mais novos. B.R.M