A primeira Mostra de Música Moderna de Almada realizou-se em Março de 1995, no Clube Recreativo Piedense. Chamou-se “Mostra Zero”, porque era ainda uma “edição experimental”. Por lá passaram 30 bandas, entre as quais alguns “nomes sonantes”, da época (como, por exemplo, Bizarra Locomotiva, Capela das Almas, Trauma, Noctivagus, Thormenthor...).
Outros talvez menos conhecidos, mas também já muito apreciados em Almada. Por exemplo, os Monsterpiece...
E uns “putos novos”, inscritos aparentemente à pressa (como se pode ver, são os últimos a aparecer no catálogo oficial do evento...). Uns “putos” que, mais tarde (e até hoje), dariam muito que falar: Pois, esses mesmo: os Da Weasel.
Ora vejam isto aqui:
No entanto, a realização da mostra de Música Moderna não foi a única novidade desse Março de 1995. É que, precisamente na mesma altura, realizou-se também a primeira Quinzena da Juventude de Almada (antes era “apenas” uma Semana da Juventude).
A propósito dessa “novidade”, o vereador António Matos (da Câmara Municipal de Almada) afirmava então ao semanário Sul Expresso:
«Este ano tivémos, por opção própria, um pouco mais de condições para apoiar iniciativas. Por isso, demos mais acolhimento às propostas que nos chegaram das associações de jovens, designadamente das que se deedicam à área da cultura e em particular às bandas de música moderna. (...) É nossa intenção continuar com este projecto que este ano, por ser uma experiência, chamámos “mostra zero”.»
Mais adiante, o vereador anunciava a intenção de abrir, logo no ano seguinte, a Casa da Juventude do Laranjeiro (que hoje é conhecida como “casa amarela”).
«A CMA quer abrir, em 1996, um espaço para a música jovem. Um auditório criado para as bandas locais apresentarem o seu trabalho, e para receber bandas de fora do concelho. Será um espaço vocacionado para a realização de concertos para um público de algumas centenas de pessoas. Isto está ainda a ser estudado. Se tudo correr bem, este espaço pode abrir já em 1996 ou, pelo menos, estar em fase de conclusão».
As perspectivas de António Matos eram, então, muito optimistas (o espaço só viria a ser inaugurado alguns anos mais tarde). Mas a preocupação em anunciar a abertura de um local «para as bandas» demonstrava a “força” que a “música moderna” tinha então, em Almada. Os músicos passaram a referir-se àquele espaço como o futuro “rockódromo” da cidade. E, para dialogar com a Câmara, com vista a apressar o processo e exigir mais apoios, tentaram mesmo unir-se numa associação. Seria a Associação Livre de Músicos de Almada (ALMA). Nos anos posteriores, chegaram a dar alguns passos nesse sentido, mas nunca se constituíram como associação.
Entretanto, o movimento de bandas de “garagem” não parava de crescer. As edições seguintes da “mostra” vieram demonstrar isso mesmo!
António Vitorino
3 comentários:
António, Almada deve ser uma cidade muito especial, pois cultiva uma tradição musical muito bonita. Beijos.
Grandes Noctivagus! nessa altura,1995, ainda eram "pequeninos", obrigado, desconhecia, este evento de Almada. um grande abraço
Só mais uma coisa, não tinha reparado nos Bizarra locomotiva e os Da weasel, Também eram "pequeninos" em 1995, Gd cena! :)
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